quarta-feira, 11 de julho de 2007

Auroville e a alteração do local de residência औरोविले ए अल्तेर दो लोकल रेसिदेंचिया



Auroville é um método como qualquer outro de colonização...

A ideia inicial desta residência centrou-se precisamente no tema da Utopia versus Matéria.

Matéria porque o verdadeiro entusiasmo do meu trabalho sempre foi a diversidade de materiais e dos seus comportamentos em diversos suportes, a alquimia e a fisicalidade da obra plástica.
Utopia porque a entidade acolhedora inicial, a cidade de Auroville, tem como sistema organizacional um modelo único, com uma matriz completamente utópica nos seus princípios e objectivos, até na metafísica que supostamente defende, um ideal de unificação humana.

O modelo de residência artística que sigo tem como principal característica a aproximação aos materiais locais dentro de condições de trabalho minimamente exigíveis.
Julguei, com base no conhecimento que tinha, que o ambiente criado num local único como Auroville e o convívio com outros artistas iriam ser factores preponderantes na boa condução da minha residência artística.

A realidade revelou-se outra. A quebra dos pressupostos iniciais, a falta de condições mínimas de trabalho e o ambiente não favorável à criação artística, tal como eu a concebo, levou-me a repensar todo o projecto de residência e reinstalar-me procurando assim diferentes parceiros do que anteriormente previsto, e a refazer em parte o tema mestre deste projecto de residência.

Outra grande razão para o meu abandono de Auroville foi o facto de não existir a coabitação com outros artistas de outras partes do mundo, como estava anteriormente programado. Esses artistas estavam dispersos em várias partes do país, não trabalhando juntos naquela residência ao mesmo tempo.

A partir daqui continuei sozinho na busca de condições mínimas de trabalho, e o trabalho conjunto com outros artistas aconteceu somente com artistas locais e artesãos.

Esta alteração foi transformada numa vantagem e não num problema; as situações adversas e imprevistas tal como a tentativa e o erro na minha própria pintura são integradas e aceites como possibilidades enriquecedoras – também isto faz parte da minha concepção de residência artística.

A imprevisibilidade inerente a este modelo de residência é assim uma das bases em que assenta a minha motivação além, claro, da mobilidade e da interacção que ela proporciona no que toca à absorção de materiais, utensílios e técnicas nativas, caracterizadoras de um povo, seita ou grupo de pessoas.



1 comentário:

Helder sublimart disse...

Hare ohm

Vejo que partilhamos a mesma alegria pelo traçado alquimico e que tu tal como eu tivemos a mesma ideia de ir a este lugar para procurar alguma inspiração de qualquer coisa sublime fico feliz por já teres cumprido o teu propósito e por ter alguem que me possa aconselhar nesta viagem.

Procuro os teus conselhos sobre o que me pode esperar em aroville

Namaste